A “ISABEL LOURENÇO”, era uma traineira da pesca da sardinha, cavala e carapau. Tinha pouco mais de doze metros.
As traineiras pescam em cerco, isto é; cercam o peixe que depois de entrar na rede já não pode sair.
As zonas onde pescavam eram: – Setúbal, Ericeira, Peniche, Cabo Espichel, etc.
O “PAI E FILHOS”, era o barco de apoio, chamado de “enviada”. Mais pequeno, também pescava, mas a função principal era recolher o peixe que já não cabia na traineira.
Agora existem guinchos, radares e aladores que apoiam os pescadores. Naquele tempo, não havia desses apoios, e era ao som do cantador, que à força de braços os homens da enviada e da traineira içavam para o convés as redes carregadas de peixe.
– Ala… Ala… Ala… Arribaaaa!!!
– Ala… Ala… Ala… Arribaaaa!!!
Mãos calejadas que mais parecem cabedal, lábios gretados, pele queimada pelo sol, recolhem o peixe para os porões e rumam a todo o gás para a lota; com a paixão pelo mar gravada a fogo na alma.