Era da venda do pescado que o dinheiro entrava naquela casa. Vinha da lota em sacos de plástico transparente, todo amarfanhado e a cheirar a peixe. era preciso alisá-lo, separá-lo por valores e arrumá-lo no cofre.
Um dia o tio Victor, viu os sacos de dinheiro em cima da mesa da marquise, e não resistiu; tirou algumas notas que guardou nos bolsos das calças e do casaco. Depois foi-se embora.
Acabado o almoço, o avô deu por falta das notas, e perguntou se alguém ali tinha mexido.
Eram sete da tarde quando o Victor voltou.
Vinha a assobiar, quando o avô lhe deu um murro que o projectou para debaixo da mesa.
– Então tenho ladrões na minha casa?
– Onde é que está o dinheiro?
– Roubas-me e ainda entras aqui a assobiar!!!
Depois desapertou o cinto e o tio Victor pagou por todas.