Foi daqui do sítio de Alvôr, no Algarve, que o meu avô partiu para Lisboa.
Em Alvôr deixou a mãe e a pobreza.
Não se passava fome, por que quem vive com o mar a beijar-lhe os pés tem sempre algo para comer. Mas na altura Alvôr era uma terra sem futuro. Havia o mar e a pobreza, muita pobreza.
Tinha treze anos, quando veio para Lisboa num barco de pesca. Só voltou aos dezoito anos para rever a mãe, que encontrou muito debilitada. Com o dinheiro amealhado comprou-lhe a casa onde vivia e deixou dinheiro na venda do Senhor Costa para que nada lhe faltasse.