O Senhor Amílcar era um homem baixo de feições grosseiras.
Mais ou menos de três em três anos instalava-se lá em casa durante um mês para fazer os seus licores.
Trazia sempre dois cestos de verga grandes carregados com os seus apetrechos de trabalho.
Sacos de linho cheios de diversas ervas apanhadas na serra, caixas de madeira cheias de bagas de diversos feitios, latas que continham pós coloridos, garrafas e frascos cheios de líquidos de cores vibrantes.
Em cima da mesa estavam dois livros:
Um com magníficos rótulos com muitos recortes dourados e desenhos de frutas… eram lindos, e estavam protegidos por papel transparente.
O outro, eram diversos papeis cosidos artesanalmente e estavam em bastante mau estado…estavam mesmo sebosos! Esse era a soma de suas experiências.
Mas a mistura dos cheiros… a anís, a côco, a amêndoa, a café, a mel, a damascos… era fantástico!
Ainda hoje os sinto quando me lembro dele.